Se há uma certeza em tempos tão incertos é que a tecnologia fincou suas bases na sociedade do século XXI e despertou uma revolução em curso. No sistema educacional, embora as dificuldades ainda existentes, principalmente diante de realidades distintas nas instituições públicas e privadas, o período é de ajuste perante um caminho sem volta e que exige adaptação para atender as novas demandas de ensino.
Uma pesquisa da Fundação Lemann sinalizou que 81% dos educadores brasileiros reconhecem a tecnologia como grande aliada na promoção de um aprendizado ativo e que 73% dos docentes pretendem utilizá-la no ensino mais do que antes da pandemia. Um olhar atual e coerente que visa fortalecer o diálogo, estabelecer conexão e aumentar o engajamento de jovens estudantes, mitigando os impactos nocivos da evasão escolar.
Vistos de forma estratégica e bem canalizados, os recursos digitais proporcionam dinamismo à aprendizagem, estimulam os estudantes, reduzem os índices de falta, favorecem os trabalhos em equipe e incentivam a inovação.
Aprendizagem ativa e uso consciente da tecnologia: uma construção conjunta
Compreender os interesses pessoais dos estudantes e utilizar as ferramentas tecnológicas na aprendizagem ativa são passos acertados na busca pelo engajamento. Boa parte dos educadores já sabe que, a questão não é migrar da lousa para o celular, insistindo na exposição de conteúdo e somente alterando o formato da exibição. Conhecimento é produzido a cada segundo nas mais diversas plataformas on-line.
A tecnologia veio para colocar o educador em uma outra posição – a de mediador dentro da aprendizagem ativa de estudantes que atuam como protagonistas. Neste novo contexto, podcasts, vídeos, postagens em redes sociais, debates em fóruns de discussão na internet, memes, notícias e outros recursos podem ser usados na sala de aula invertida, onde conteúdos vindos de multiplataformas são fornecidos pelos educadores aos estudantes previamente para que, depois, em sala de aula, sirvam de subsídios para a resolução de problemas propostos ou no desenvolvimento de projetos.
A gamificação também é um instrumento para levar a experiência e a lógica dos jogos para o processo de aprendizagem. Assim como a educação midiática melhora o senso crítico dos estudantes que passam a buscar fontes confiáveis de informação.
Este momento disruptivo traz benefícios e desafios de curto, médio e longo prazos. Para lidar com eles, será necessária uma construção conjunta entre docentes e discentes. Este é apenas o começo da jornada e ela precisará de muito cuidado de todos para o uso consciente e qualitativo da tecnologia. Isso exige aprendizado contínuo, compromisso com a ética e a cidadania, respeito às diferenças, visão analítica, cooperação e atenção à formação integral das novas gerações.